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Enfermeiro investigado após fazer cirurgia plástica dentro de hospital público no MA tem exercício profissional suspenso pelo Coren-MA Enfermeiro investigado após fazer cirurgia plástica dentro de hospital público no MA tem exercício profissional suspenso pelo Coren-MA
Com a decisão do Coren-MA, Alberto Rodrigues fica impedido de exercer a profissão até a finalização do processo movido contra ele junto ao Conselho de Ética da entidade.
Por Werbete | 26/07/2023 - 20h40
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A Câmara Ética do Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA) suspendeu, de forma, cautelar o exercício da profissão de enfermeiro de Alberto Rodrigues da Silva, o qual atuava como falso médico em hospitais públicos do Maranhão e é investigado pela morte de uma mulher, na qual ele fez uma cirurgia plástica dentro do Hospital Municipal de Lago dos Rodrigues, a 324,8 km de São Luís.

 

Com a decisão do Coren-MA, Alberto Rodrigues fica impedido de exercer a profissão até a finalização do processo movido contra ele junto ao Conselho de Ética da entidade.

Alberto foi preso no dia 23 de junho, deste ano, após a Justiça do Maranhão expedir um mandado de prisão preventiva contra ele. Ele foi detido em Lago dos Rodrigues e encaminhado à delegacia para prestar depoimento, mas permaneceu em silêncio. Em seguida, foi encaminhado para o Sistema Penitenciário do Maranhão.

Morte de Erinalva

 

Em 31 de maio, a esteticista Erinalva de Jesus Dias, de 37 anos, passou por uma cirurgia no Hospital Raimundo Joaquim de Sousa na cidade de Lago dos Rodrigues, a 324,8 km de São Luís. Segundo testemunhas, o procedimento foi realizado apenas pelo enfermeiro Alberto, que não era habilitado para realizá-lo.

Durante a cirurgia, Erinalva passou mal e foi levada para outro hospital. O médico que a atendeu percebeu que ela havia passado por uma abdominoplastia, em que é feita a retirada de excesso de pele e gordura do abdômen. Erinalva acabou morrendo.

A diretora do hospital e os profissionais que estavam de plantão afirmaram à polícia não saber que o enfermeiro estivesse realizando o procedimento. Alberto teve o contrato rescindido com hospital, e o Conselho Regional de Enfermagem abriu um procedimento disciplinar contra o profissional.

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) investiga como Alberto teve acesso ao centro cirúrgico do hospital municipal, para realizar a abdomonoplastia na vítima.

De acordo com o delegado Márcio Coutinho, da Delegacia de Lago da Pedra, o laudo médico feito no corpo da esteticista concluiu que o procedimento feito pelo enfrmeiro provocou a morte da vítima.

 

"O laudo de necrópsia foi bem conclusivo que a morte dela foi em decorrência do procedimento feito por ele. Agora, ele está à disposição da Justiça, vamos concluir o inquérito policial e finalizar as investigações", disse.

 

Usando documentos falsos e sem habilitação, Alberto cobrou R$ 5 mil reais por uma abdominoplastia, procedimento usado para retirada de excesso de gordura e pele do abdômen. Para a família, a esteticista havia dito que faria uma cirurgia para retirada das trompas.

Entretanto, durante o procedimento, ela passou mal e foi levada para um hospital em Bacabal, cidade a 240 km de São Luís. Ao chegar no hospital, o médico que examinou ela constatou que ela havia passado por uma cirurgia estética. Ela não resistiu as complicações e morreu.

 

Outro indiciamento

 

Alberto Rodrigues da Silva falou para blogueiro sobre os procedimentos estéticos que ele fazia  — Foto: Reprodução/TV Mirante

Alberto Rodrigues da Silva falou para blogueiro sobre os procedimentos estéticos que ele fazia — Foto: Reprodução/TV Mirante

A Polícia Civil do Maranhão constatou que Alberto Rodrigues da Silva já havia sido indiciado por ter feito uma outra operação, também em um hospital público, em Turiaçu (MA).

A investigação é de julho de 2022 e aponta que Alberto atuava no Hospital Municipal de Turiaçu com o nome de Dr. Guilherme'. Lá, em 2021, ele realizou uma histerectomia, que é a remoção do útero de uma paciente

 

 

Prefeitura diz que não sabia de investigação anterior

 

A Prefeitura de Lago dos Rodrigues informou que não tinha conhecimento da investigação contra Alberto por conta da operação ilegal realizada em Turiaçu.

Sobre a morte de Erinalva, a gestão municipal informou que não sabia do procedimento e que, além de rescindir o contrato com o profissional, instaurou um procedimento administrativo para apurar o ocorrido e que o caso foi isolado.

O hospital, diz a prefeitura “já está se cercando de todas as precauções para que situações como estas não venham mais a ocorrer."

 
Fonte: G1
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