O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que será iniciada, na tarde desta terça-feira (7), o trabalho de retirada do caminhão e das bombonas com mais de 20 mil litros de agrotóxicos que caíram no rio Tocantins, durante o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins. Uma empresa contratada pelo dono da carga será responsável pela retirada.
O tempo de retirada da carga depende, principalmente, da situação climática. De acordo com o Ibama, um caminhão com ao menos três tipos de agrotóxicos caíram no rio Tocantins. Dois caminhões carregavam ácido sulfúrico e ao menos um caminhão tinha uma carga de agrotóxicos.
Segundo o Ibama, as bombonas continham três tipos de agrotóxicos caíram no rio. São eles:
Mergulhadores fizeram um reconhecimento pela manhã desta terça-feira, para determinar o posicionamento exato das substâncias que estão dentro do rio. Uma equipe do Ibama deve acompanhar todo o trabalho de retirada.
Na segunda-feira (6), o Ibama informou que os tanques com ácido sulfúrico no leito do rio Tocantins apresentaram um pequeno vazamento. Não há a confirmação exata do quanto vazou, porém o volume derramado ainda não gera grandes preocupações.
Ao todo, são 76 toneladas de ácido sulfúrico que caíram no rio. Deste volume, teriam vazado cerca de 23 mil litros. O ácido é substância não inflamável, mas tem alto poder corrosivo, além de ser oxidante.
Buscas por vítimas da ponte entre TO e MA podem ser encerradas nesta terça
A Marinha do Brasil informou que a Força-Tarefa de busca e resgate às vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Maranhão e Tocantins, podem ser encerradas nesta terça-feira (7) caso não haja novos indícios que levem à localização dos últimos desaparecidos. Três pessoas seguem desaparecidas.
De acordo com o órgão, os trabalhos de busca poderão ser retomados “caso surjam novas informações concretas que contribuam para a localização das vítimas”. A nota diz ainda que será realizada uma nova varredura com mergulhadores para concluir um “ciclo técnico que elimina quaisquer lacunas nas áreas já exploradas”.
Desde o início das operações, a Força-Tarefa concentrou esforços nas áreas com maior probabilidade de localização das vítimas, especialmente nas proximidades dos veículos e escombros.
A Marinha informou também que nesta quarta-feira (8) ocorrerá a abertura das comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, devido ao aumento do nível do reservatório e do regime de chuvas na região.
“Essa medida é indispensável para garantir a segurança da usina e das comunidades que vivem em seu entorno”, explicou a Marinha em nota.
Dentre os 17 desaparecidos iniciais, foram confirmados 14 mortes e três pessoas seguem desaparecidas, segundo a Marinha do Brasil. Destes, um corpo ainda não foi identificado e, por isso, ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em São Luís, onde passa por exames de DNA.
A correnteza do rio Tocantins também gera dificuldade para o resgate dos corpos das vítimas que ainda não foram encontradas. Tanques com defensivos agrícolas, que também caíram no rio, também devem ter sido arrastados, segundo os mergulhadores.
A suspeita é que abertura das comporta da hidrelétrica de Estreito deve ter contribuído para arrastar os corpos e materiais para mais longe do local da queda da ponte. A abertura das comportas foi necessária porque chove na região e a água represada tinha chegado no limite.
Três pessoas seguem desaparecidas após queda de ponte entre o MA e TO
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou no dia 22 de dezembro, quando caíram quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda será investigada, de acordo com o órgão.
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda
O momento em que estrutura cedeu foi registrado pelo vereador Elias Junior (Republicanos). Em entrevista ao g1, ele contou que estava no local para gravar imagens sobre as condições precárias da ponte.
Uma força-tarefa foi criada identificar os corpos das vítimas encontrados pelas equipes de buscas. Conforme a Secretaria de Segurança Pública, os trabalhos são realizados por um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista.
Um consórcio foi contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para reconstruir a ponte da BR-226, entre Tocantins e Maranhão. A dispensa de licitação de quase R$ 172 milhões prevê que a obra seja finalizada até o dia 22 de dezembro de 2025.
A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município. Um decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.
Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.
No dia 31 de dezembro, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência na cidade de Estreito. Com essa medida, a cidade pode solicitar recursos federais para ações de Defesa Civil, dentre outras.