Das 17 pessoas identificadas como vítimas da queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins, 12 já foram localizadas e retiradas do rio Tocantins, segundo a Marinha do Brasil (veja, abaixo, quem são as vítimas).
Outras cinco vítimas continuam desaparecidas, são elas:
As esquipes de resgate da Marinha e Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão e Tocantins continuam com as varreduras nos escombros da ponte para verificar se há corpos presos na estrutura, ao mesmo tempo em que ampliam as buscas pelo leito do rio, por causa do aumento da correnteza.
As equipes também estão trabalhando para retirar uma caminhonete, localizada na segunda-feira (30), onde viajavam três pessoas, mas que ainda não foram localizadas.
Entre os cinco desaparecidos, está o maranhense Gessimar Ferreira, que é o terceiro filho de uma família de 12 irmãos. O homem trabalhava como vendedor em uma loja, na cidade Estreito e, no dia do acidente, ele saiu de casa para visitar um parente em Aguiarnópolis, no Tocantins.
Gessimar estava voltando para casa quando a ponte caiu. Em entrevista à TV Mirante, Deusilene Costa, irmã dele, falou da angústia de não poder enterrar o corpo.
“Hoje nossa família está desinteirada, não é mais a mesma. O Natal não foi mais o mesmo, a Virada não é mais a mesma. Nada será mais o mesmo pra nós. Eu sei que ele não vai sair de lá com vida, mas a gente quer o corpo, a gente quer enterrar”, destaca a irmã de Gessimar.
“Eu desejo que encontrem ele, caçarem ele até encontrar. Esses dias têm sido difícil, porque a gente perder um filho não é fácil não”, lamenta Doralice Ferreira, mãe de Gessimar.
A ponte, na BR-226 que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde do dia 22 de dezembro de 2024. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento aconteceu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
A Marinha, até esta quarta-feira (1º), havia confirmado a morte de 12 pessoas, sendo que todas elas tiveram os corpos retirados das águas do rio Tocantins. Veja, abaixo, quem são:
Corpo de caminhoneiro que transportava carga de ácido é retirado do rio Tocantins
No dia do acidente, tanques de três caminhões que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. No entanto, os tanques estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada na quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.
Marinha divulga imagens de tanques que caíram no rio Tocantins
Apesar do risco pequeno de vazamento, os tanques com ácido sulfúrico e pesticidas agrícolas que caíram no rio Tocantins poderão ficar submersos por 15 ou até 30 dias.
"É importante a gente manter o monitoramento e a cautela enquanto esse material estiver lá. Se ele [tanque] se romper ainda existe algum risco, que é pequeno, mas controlado. É preciso a gente atuar para eliminar totalmente o risco. (...) Se houver algum indício de vazamento, deve ser interrompido imediatamente o abastecimento de água", afirmou Alan Vaz Lopes, superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).
A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município. Um decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.
Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.
Nessa terça (31), o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência na cidade de Estreito. Com essa medida, a cidade pode solicitar recursos federais para ações de defesa civil entre outras.
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a ponte desabou.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
"Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA", diz o DNIT, em nota.