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Retirada de tanques com ácido e pesticidas do rio Tocantins pode demorar até 1 mês, diz IBAMA Retirada de tanques com ácido e pesticidas do rio Tocantins pode demorar até 1 mês, diz IBAMA
Carga de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico ficou submersa após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa dos estados do Maranhão e do Tocantins. Há risco de vazamento, porém não há indícios até o momento, segundo a Agência Nacional de Águas.
Por Werbete | 26/12/2024 - 20h37
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Marinha divulga imagens de tanques que caíram no rio Tocantins

Tanques com ácido sulfúrico e pesticidas agrícolas que caíram no rio Tocantins poderão ficar submersos por 15 ou até 30 dias. Diante dessa situação, ainda há risco de vazamento dos elementos na água, porém o monitoramento feito diariamente tem constatado que, até o momento, não há indícios de algum tipo de contaminação relevante.

A informação foi divulgada durante uma sala de reunião de crise, nesta quinta-feira (26), que teve a presença de representantes do IBAMA, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dentre outros órgãos federais e estaduais.

"É importante a gente manter o monitoramento e a cautela enquanto esse material estiver lá. Se ele [tanque] se romper ainda existe algum risco, que é pequeno, mas controlado. É preciso a gente atuar para eliminar totalmente o risco. (...) Se houver algum indício de vazamento, deve ser interrompido imediatamente o abastecimento de água", afirmou Alan Vaz Lopes, superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).

A reunião acontece após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que faz a ligação entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), na tarde do último domingo (22). Oito pessoas morreram e nove seguem desaparecidas.

Imagens divulgadas pela Marinha do Brasil mostraram parte da carga dos caminhões que transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. O vídeo [veja acima] foi gravado por mergulhadores que trabalham no resgate das vítimas que ainda estão desaparecidas.

A carga ficou intacta e o risco de vazamento e contaminação ambiental é mínimo, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão (Sema). Porém, o risco só será totalmente eliminado após a retirada dos tanques do rio, o que deve demorar por causa da dificuldade na operação e outros fatores, como o resgate dos desaparecidos.

No momento, nenhuma das empresas de resgate está podendo agir para retirar os tanques, segundo o IBAMA, porque a prioridade é a localização dos desaparecidos. Os tanques só serão retirados depois dessa operação e será feita pelas empresas transportadoras dos tanques, que já foram notificadas.

"Não se trata de um processo rápido. A retirada desse produto precisa ser feita com toda segurança. Foram apresentados, para as três empresas, uma notificação e elas devem apresentar um plano de retirada do produto com a contratação de empresa especializada. Mas, eles dizem que no momento nem podem entrar na água para se trabalhar essa avaliação de qual será a melhor metodologia de retirar [os tanques] porque a atenção é para localizar os desaparecidos. (...) Pegando uma experiência histórica, não é algo para se pensar em menos de 15 ou 30 dias. Tem muitos fatos envolvidos aí. (...) O importante é que o monitoramento das águas para consumo humano está sendo muito bem realizado", afirmou Marcelo Neiva de Amorim, coordenador-geral do Centro Nacional de emergência ambiental e climáticas do IBAMA.

A Marinha do Brasil segue realizando buscas na região para tentar localizar as demais vítimas do acidente.

Risco de vazamento

Tanques de caminhões que caíram no Rio Tocantins com substâncias químicas estão intactos

O supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, afirmou que os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins após o desabamento da ponte seguem intactos.

“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.

Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.

“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.

Ainda de acordo com o supervisor da Sema, o local do acidente se apresenta estável, sem apresentar risco de contaminação até o momento e que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente está fazendo o monitoramento do Ph na água, que é o principal fator que vai identificar um possível vazamento.

Caco destacou que a confirmação de que a água do Rio Tocantins está livre de contaminação foi dada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que emitiu um parecer técnico na terça-feira (24). Após esse parecer, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou que a captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz seria retomada imediatamente.

Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de 20 litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.

Oito mortes confirmadas e 9 desaparecidos

Buscas por desaparecidos após queda de ponte entre MA e TO são retomadas

Até o momento, oito corpos de vítimas do desabamento da ponte já foram retirados do Rio Tocantins e há nove pessoas desaparecidas. A ação de resgate tem sido realizada pelo Corpo de Bombeiros dos estados Maranhão, Tocantins e Pará e pela Marinha do Brasil.

Duas vítimas tiveram seus corpos localizados nesta quinta-feira. Entretanto, até o momento, elas ainda não foram identificadas. Veja, abaixo, quem são as vítimas do acidente e quem já foi identificado:

O desabamento

O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.

A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.

Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio

Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado (21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação.

Um vereador de Aguiarnópolis (TO) também filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder.

Causa do desabamento

Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.

A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.

Ponte rodoviária desaba na divisa de Tocantins e Maranhão

"Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA", diz o DNIT, em nota.

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